sábado, 3 de outubro de 2009

Começar pelo fim

Um blogue é uma coisa esquisita porque, ao contrário de uma carta ou de um livro, está escrito de pernas para o ar, do fim para o princípio.
Mas isto não é assim tão mau como poderá parecer, pois quem lê começa por ler uma conclusão, a súmula de tudo o que foi pensado, sentido, vivido até esse momento por quem escreve. Acede directamente a um presumível resultado de um amadurecimento, com tudo o que isso tem de bom e de mau e de assim-assim.
Uma vantagem é não passar pela confusão do contraditório, todos os sim, não e talvez que nos atravessam ou em que tropeçamos, todos.
Mas o contraditório é bom. Defende-nos até de nós próprios. Mantém-nos no sítio.
Esta forma relativizada de ver a vida e todas as coisas é uma salvação, ou uma pré-salvação para quem for crente noutras crenças.
Para ilustrar estas ideias poderia socorrer-me de frases que iriam parecer 'lugar-comum'.
Mas as frases que vão finalizar esta primeira entrada que passará a ser o fim do princípio, tendo sido escritas por quem foram, ninguém ousará afirmar que se tratam de 'frases feitas' e muito menos 'frases fáceis'.
Passo a citar:
"The realisation that I had an incurable disease, that was likely to kill me in a few years, was a bit of a shock. How could something like that happen to me? Why should I be cut off like this? However, while I had been in hospital, I had seen a boy I vaguely knew die of leukaemia, in the bed opposite me. It had not been a pretty sight. Clearly there were people who were worse off than me. At least my condition didn't make me feel sick. Whenever I feel inclined to be sorry for myself I remember that boy."(Stephen Hawking - http://www.hawking.org.uk/index.php/disability/disabilityadvice)

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